A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é um processo que avalia e regula o uso das tecnologias em saúde (desde a inovação, difusão, incorporação, utilização e até o abandono), oferecendo subsídios técnicos baseados na melhor evidência científica e contribuindo para as decisões em saúde.
Trata-se de uma investigação multidisciplinar, que tem, como ferramenta fundamental, a avaliação crítica da validade das pesquisas clínicas realizadas com a nova tecnologia. Para isso, os gestores necessitam utilizar instrumentos gerenciais que apresentem informações fidedignas para tomada de decisão quanto à incorporação ou não de tecnologias nos sistemas de saúde.
As ATS podem ser realizadas com medicamentos, equipamentos e procedimentos técnicos, sistemas organizacionais, educacionais, de informação e de suporte e os programas e protocolos assistenciais, por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população.
Inúmeras ações vêm sendo realizadas para a institucionalização da área de ATS no Ministério da Saúde, sendo esta uma das atribuições da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, através da atuação do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT), com o objetivo de institucionalizá-la no SUS.
Neste sentido, várias iniciativas foram tomadas pelo Ministério da Saúde para promover estudos em ATS de interesse para o SUS (2004), definir diretrizes para atuação e identificação das responsabilidades institucionais e as articulações intersetoriais consideradas essenciais na abordagem da gestão de tecnologias em saúde (2005) e uma primeira tentativa para estruturação da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRAT), com estabelecimento de parcerias com instituições de ensino para realização de cursos de pós-graduação em gestão de tecnologias em saúde para profissionais do SUS (2006).
A REBRAT tem o objetivo de disseminar estudos e pesquisas em ATS, padronizar metodologias, validar e atestar a qualidade dos estudos, instituir formação profissional e educação continuada, bem como estabelecer mecanismos para monitoramento do horizonte tecnológico, facilitando dessa maneira o processo de incorporação, retirada ou decisão pela continuidade de tecnologias de saúde no âmbito do SUS.
A partir de 2006, foi criado o Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRAT) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, com a finalidade de difundir e disponibilizar informações sobre as tecnologias para todos os atores envolvidos na atenção à saúde no Brasil.
Em maio de 2009, foi criado o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Avaliação de Tecnologias em Saúde (INCT/IATS), coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com diversas Universidades parceiras, tendo a missão de desenvolver, fomentar e disseminar a ATS no Brasil.
Em julho de 2009, o DECIT e a ANVISA realizaram chamada pública para a implantação de Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) em Hospitais de Ensino. Foram apresentadas 54 propostas, sendo 24 hospitais selecionados.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp foi um dos hospitais de ensino selecionados para a implantação do NATS.